terça-feira, 5 de junho de 2007

O MY SPACE e o MSN são um sistema de conversação mais utilizado na internet com diálogos imediatos, relacionamentos, entre outros. Através dele, acontece uma interatividade mútua. As pessoas enviam mensagens (emissor), instantâneamente a pessoa que esta conversando recebe a mensagem (receptor)e logo após responde ela, havendo um FEEDBACK. Eles proporcionam, namoros, formas de relacionamento, paqueras virtual, sedução através da internet, devido a interatividade mútua.

www.msn.com.br

www.myspace.com

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Alusão a exclusão digital

Fazendo um parâmetro com a idéia do texto acima, a questão que trato aqui, não é defender ou crítiticar nenhum dos lados da visão de quem é a favor ou contra do uso do ciberespaço para criar relacionamentos, amizades ou até mesmo fazer "cibersex", comentar sobre suas exclusões.
O uso do ciberespaço traz com sigo uma nova forma de estrutura de sociabilidade em que as pessoas se comunicão entre si. Porém, como na sociedade em que vivemos, a exclusão se faz parte desta realidade (neste caso com a exclusão digital). No brasil cerca de 128 milhões de pessoas não fazem uso da internet por não terem acesso a um computador, dados de 23 de março de 2007-IBGE. Outro dado importânte, é que a maior proporção de usuários está entre os jovens: três de cada dez adolescentes, entre 15 a 17 anos de idade, utilizam o serviço, enquanto na faixa acima dos 40 anos o número de internautas cai para menos de um em cada.

Felipe S Kieling

A sedução e o namoro no ciberespaço


A partir da perspectiva de se realizarem estudos comparativos entre formas de sociabiliade "virtuais" e "atuais" no contexto brasileiro, o conjunto das práticas e representações envolvendo relações afetivas é privilegiado como objeto de estudo. O terreno compreendido pelas formas de afetividade, sedução, relações amorosas e correlatos já possui alguns levantamentos realizados no Brasil. Além do mais, estudos recentes à respeito do tema em classes populares (Boff, 1994) levam em consideração a intervenção de mídias eletrônicas no processo de sedução amorosa [21].

Na Internet brasileira existem uma série de sites específicos sobre namoro, considerando apenas aqueles orientados para uma visão menos sexualizada da expressão, ou seja, que não fazem referência explícita a possíveis interesses sexuais dos usuários. Se levarmos em conta os sites relacionados à relações mais "pragmáticas", como os de classificados sexuais, nossa lista aumentaria consideravelmente. Partindo da hipótese de que as duas modalidades de "procura" amorosa possuem características diferenciais, parece-me conveniente delimitar o caso de estudo a apenas uma, no caso deste esboço de projeto, aos encontros para "namoro".

A natureza das relações estabelecidas via Internet, a forma como elas são representadas pelos envolvidos, o desenrolar das histórias de amor, as formas, os limites e a estrutura de negociações do "cibersexo", todas estas são questões que podem ser estabelecidas a partir deste universo de estudo. As modalidades de articulação de identidades – "avatares" – nas relações onde o encontro físico é pouco provável (por questão de distância geográfica ou pela própria natureza da relação) também constitui-se em um terreno fascinante de interrogações. A partir da extrema facilidade na manipulação e criação de identidades virtuais, o jogo de sedução adquire novas e instigantes facetas. O estudo a respeito da construção e manipulação de identidades pessoais através de avatares já possui uma certa trajetória a nível nundial [22]. Um pequeno exemplo disto pode ser encontrado em uma página mantida por um provedor de acesso em São Paulo, dedicada a ensinar os usuários a "saber como se comportar no IRC, na web, nos newsgroups, na rede,(...)" [23], através da interação com uma colunista fictícia ("Déborah Gralha"), usando uma linguagem descontraída:

"G I F D E S A N I M A D O

Conheci um cara no IRC há três meses. Nos demos super bem, nossos gostos são parecidos e acabamos nos apaixonando. Um dia o fogo foi tão forte que acabamos fazendo cybersex. Mas ele sempre inventava uma desculpa quando eu pedia pra ele me mandar uma foto. Semana passada ele finalmente mandou: o cara é um bagulho!! O que eu faço?

"Internauta desconsolada", MT.

Querida Beldade on line,

Mas afinal onde mora esse príncipe? Se não for na sua cidade, delete a foto dele, cate uma do Tom Cruise e aproveite as maravilhas do mundo virtual! :) " (O nome de "Tom Cruise" está linkado à um site com fotos do ator).

Uma possibilidade de delimitação do campo seria a observação (participante ou não) de salas de chat específicas sobre o tema. A hipótese inicial é que, a despeito da possibilidade de contínua renovação da identidade dos frequentadores, os mesmos mantém uma identidade fixa por sala ou por horário de visitação aos sites, e é através desta identidade que se estabelecem os contatos. De fato, em mais de uma observação às salas de chat foram percebidas referências à avatares que não estavam presentes.

O estudo das redes de relações estabelecidas pelos frequentadores de determinado site pode revelar a forma como se processam os primeiros contatos e as aproximações dos possíveis pares. Diante da notória (ou pelo menos alegada com frequência, pelos internautas homens) desproporção entre os sexos dos usuários da rede, parece ser comum a circulação de informações a respeito de horários e locais frequentados por mulheres [24].

Como reflexo desta necessidade, uma ferramenta bastante interessante foi colocada à disposição dos internautas que buscam sua "alma gêmea" no ZaZ: uma base de dados, onde é possível cadastrar-se, fornecendo informações à respeito de sua personalidade e das características da cara-metade desejada [25]. Estas informações são cruzadas no banco de dados do sistema e uma lista de pessoas cujas características "conferem" com o desejado é gerada. Também aqui um serviço já existente antes do advento da popularização da Internet (a busca de pares através de cruzamento de dados, realizado por empresas especializadas) é transposto ao ciberespaço, mantendo suas características básicas e adquirindo novas propriedades, na medida em que se adequa ao novo meio.

Outra possível fonte de dados são as páginas pessoais. A partir da navegação aleatória em algumas home-pages pessoais localizadas nos sites que fornecem serviços de encontro, é possível constatar, preliminarmente, que o leitmotiv que orienta o design e o conteúdo das mesmas é a captura da simpatia do navegante para com o autor da página. São recorrentes as afirmações informando o desejo do autor em conhecer pessoas, estabelecer novas amizades, etc. Em alguns sites a construção da página é automatizada, ficando o autor com a tarefa de compor o texto e escolher o padrão de fundo e as ilustrações da página, a partir de um conjunto pré-estabelecido. A observação das escolhas feitas pelos usuários a partir destes conjuntos, associada à análise do próprio texto da página, podem ser reveladoras das representações e expectativas dos mesmos em relação aos "efeitos" das páginas. Neste sentido os aportes teóricos provindos da Antropologia visual seriam de grande utilidade para estes tipos de análise, bem como o referencial metodológico de Pierre Bordieu, no que diz respeito às escolhas como determinadoras dos habitus (Bourdieu, 1984).

Um estudo desta natureza poderia trazer à tona os códigos que estes sujeitos/avatares utilizam em sua vivência no ciberespaço, revelando como esta vivência é representada e em que medida ela estabelece, ou não, novas formas estruturais de sociabilidade.



*
21. Em sua dissertação, Adriane Boff (Boff, 1994) analisa a "expressão dos afetos" em um grupo de classes populares, tomando como ponto de partida o programa radiofônico chamado "Namoro no Rádio", onde os futuros pares vão buscar sua cara metade.

22. Um exemplo destes trabalhos é Donath, 1997. A autora faz um estudo etnográfico na usenet, mapeando a forma como são manipuladas as identidades.

23.

24. Em mais de uma situação informal pude constatar esta busca pelo sexo oposto através de troca de informações relatada por usuários homens.

25. . Atualmente a base conta com mais de 13.000 registros.